quarta-feira, 31 de agosto de 2011

proposta...


Eí Dona Iemanjá, faz de mim um mar?!?!?

p.s: Ilustra de Paulica Santos

ah! minha mestra mediunidade...

A semana começou punk, emocional e psiquicamente falando, um peso pesado, uma nuvenzinha preta no céu da minha boca, muita chuva na grande florianópolis, mudanças na rotina, e eu ouvindo dentro da minha cabeça pensamentos de vítima, de mártir, de herói, (faz assim, fizeram isso comigo, ai, o fulano, já sei vou fazer desse tal jeito, agora vou ser só assim, nossa! olha como a vida dela é mais feliz, porque isso não pode ser assim...) e eu embarquei nessa maré foi de com força, entregue feito vento e folha... foi aí que só me dediquei a ouvir essas vozes, tudo bem, no trabalho, novo por sinal, eu as afastava, durante seis horas, mas quando eu voltava aqui pro meu universo particular, o pau comia, o relho cantava, a porca torcia o rabo, parecia que eu tinha voltado pra senzala, todas as minhas horas livres, para desenhar, bordar, criar, me cuidar, RESPIRAR, estavam sendo consumidas por esse trem psiquico carregado que só queria comer porcaria e me fazer perder horas e horas naquela hipnose, entao eu escutei Calunga um monte, não foi pouco não,acordava meio vesga já querendo ouvir Calunga (pra quem não conhece ele é um espírito que fala atraves do Gasparetto em um programa de rádio e nos cursos que ele dá), e ia dormir super vesga ouvindo Calunga, ah! é claro que ouvir o preto velho falar esclarece, conforta, alerta, ajuda, mas já tinha configurações de fuga... e no final das contas o pensamento era, eu vou embora, ou empacoto e vou embora da terra, ou vou fazer minhas malas amanhã e vou voltar pra casa do meu pai, da minha mãe e dizer que eu não aguento mais ficar longe de quem amo... (Okay, sempre vale rever o rumo do barco, que aliás é uma coisa que com certeza farei, mas por favor, por amor, por calor, que seja com a alma e não uma mente tomada por confusão insolusionável... )

Depois de toda essa saga, esgotada, fui dormir as uma da madrugada, amanheceu com sol e amanheci lúcida, de que quando os pensamentos e as emoções são chicletes grudentos com dramáticos aspectos insolusionáveis é questão de mediunidade  meu amor... porque você insiste em esquecer QUE ISSO NÃO É SEU?!?!

Beijo, Bom dia, me amo, me amo, me amo agora e com demora, me amo pela eternidade...

pra firmar o ponto, um canto: Caboclo sete estrelas quando chega no congá, vem me lembrar de B R I L H A R ...

domingo, 28 de agosto de 2011

No dia que eu voltei pra casa...

Cheguei!
Abri a porta!
Entrei!
Tirei com leveza e rapidez todos os panos coloridos que cobriam os móveis!
 Peguei a vassoura, ao varrer a poeira pude ver desenhos entalhados no chão, quanta beleza!.
Fui abrindo as janelas, dando permissão para o sol entrar.
Na cozinha , Acendi o fogo! Com água quente fiz infusão de alfazema e alecrim!
Tomei um gole, joguei o resto em mim! Banhei o corpo, para exalar perfumes da alma.
Naquela garrafa de vinho que tomamos na última primavera, coloquei as flores colhidas no caminho: um ramo de jasmim-estrela, uma rosa vermelha e ainda uma flor de maracujá.
Subi, e lá estava meu quarto, como que por encanto, intacto, parecia mesmo ter sido zelado por alguma mãe minha.
Na parede, em um cabide, meu vestido... bordado, renda, fitas coloridas...  perfeitamente feito pra girar na vida!!!, pensava eu, enquanto ia vestindo. Em cima da cama, numa folha de papel, o recado advertia : o tesouro está no baú... eu não tinha nenhuma chave, e o baú também não parecia ter fechadura, era bonito, de aspecto maciço, quando minha mente dava os primeiros sinais de angustia, ao pensar oh! céus, como abrirei o meu tesouro? escutei : o tesouro é teu, é teu sim, não precisa de chave, o que é teu abre fácil... respirei, respirei e respirei mais um bocadinho e o báu se abriu, nele estava minha coroa e meu tambor... e agora aqui estou a tocar!