Estou parindo uma mulher.
Adulta, no sentindo de ser independente.
Independente no sentido de saber se expressar, se expor em meio a tantas interdependencias.
Quero muito a vida.
Essa é a minha escolha total, plena e sem volta.
Estou parindo uma mulher.
Amorosa, cuidadora, selvagem e bela, muito bela.
Estou desentulhando a casa.
Estou abrindo caminhos.
Estou amando.
Estou aberta para receber em mim um homem...
E estou atenta em cuidar dos meus pés e em sentir meu ventre.
Para criar é preciso yin yang.
Não sigo mais sozinha, apesar da nossa essencial solitude de sermos UM...
Se o Universo é UM, está sempre só, sempre abastecido em si, sempre, sempre, sempre...
Mas nesse UM, quero mais amigos, mais encontros, mais trocas mais realizações... mais ação.
Mais ação por mim... não por ninguém, ou pelas vozes opressoras...
Quero agir mais por prazer, por amor... do que pelo medo de não agir...
Quero realizar meus sonhos reais... os irreais joguei fora, CANTEI PRA SUBIR.
Eu não tenho esmola pra dar, nem retalhinho pra remendar.
Eu tenho meu Amor inteiro e a minha vida limpa.
O passado é só um filme. E o presente é uma improvisação arriscada... e o futuro não existe.
Para muitas coisas não existem palavras, mas para todas as outras tenho que saber me expressar.
Dinheiro não dá em árvore, mas nem por isso eu o temerei. A RAINHA SOU EU.
Estou aqui nessa fase de passar peneira em tudo. Sem divisões rígidas, mas com muita destreza saber o que falar, o que calar, o que planejar, o que deixar ser... nesse momento talvez meu equilíbrio venha daí... dessa organização flexivel, desse amor quentinho sempre disponível...
o AR está sempre aí, cabe a mim parar de prender minha respiração...
Não tenho mais voz para condenar... nem pai, nem mãe, nem eu...
A minha escolha é sem volta.
A minha escolha sou eu e eu sou VIDA.
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