sábado, 20 de setembro de 2014

Delicada. A tristeza veste preto e branco, com detalhes de rosa antigo.

 
Existe uma beleza nos dias em que as cores pedem descanso. Há dias em que o melhor a fazer é permitir que a tristeza saia da gaveta debaixo da cama e venha ser agradável companhia. Uma das singularidades da tristeza é que ela também sabe ser delicada, por mais contraditório que pareça, ela que já passou por tanto, sabe acolher aquilo que lutamos para rejeitar. Nesses dias em que a lua minguante só se ocupa de morrer, porque lutar contra? Nesses dias em que os hormônios se preparam para o sangue escorrer, porque permanecer no palco? Sinto conforto em saber que não é necessário se ter um motivo que justifique a tristeza, ela é uma boa amiga, e em sua bonita sabedoria e compaixão, me visita. Vem me trazer carícias e intimidades, dessas que só existem bem lá no fundo do mar... Hoje ela bateu na porta, e por sorte, eu a pude receber... hoje eu sei que você não é o que disseram, hoje eu sei que você também é delicadeza. Quer um chá de camomila? Preparei a trilha sonora... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário