quinta-feira, 19 de março de 2015

costurando o dia na barra da saia da noite. minha vida é essa dança.

costurando o dia na barra da saia da noite.
minha vida é essa dança.
o escuro.
o amanhecer.
ser forte para ser leve.
ser leve para ser forte.
me nutrir no banquete das escolhas, por vezes agridoces, mas que ao saboreadas todas retribuem o preço que a mim custaram.
um pitada de sal para embalar a ternura que trago em meu abraço.
tenho sido amante do meu cotidiano.
e não sinto demasiado temor quando a princesa primavera cede aos encantos do inverno... com uma pequena tocha de fogo passeio em silêncio nesse absurdo breu que me acolhe.
tempo rei, pai do finito, filho do eterno, és tu um belo pregador de peças, quase um zombeteiro a rir de minha condição humana... mesmo assim te tomo como amigo, e se acaso quiseres contar comigo, tua amiga sou, e aceito com naturalidade tudo que agora ainda não podes me dizer... apenas não me deixe faltar linhas, enquanto não me revelas do por vir, bordo estrelas para fazer o dia dormir.


 
( altar amarelo, 1987, óleo sobre tela - Adriana Varejão)


                                         ( Natividade, 1987, óleo sobre tela- Adriana Varejão )

Nenhum comentário:

Postar um comentário