segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Terra que ninguém anda ou o intocável território de minha alma.

é preciso humildade e força para dar o devido alimento para a vida profunda.

Debaixo d'água.
No território da entrega.
Quando a alma fica apertada, é difícil respirar... e curtir o fundo desse mar.

As vezes é preciso mostrar para o mundo e até para mim, a alforria que eu mesmo assinei.
Sou a minha princesa Isabel,
e para sempre advogo a favor daquilo que em mim por descuido se deixar escravizar.

A minha negra alma é livre, enquanto a Grande Mãe me permitir sou a Dona deste corpo, sou sim a Dona destes dons.

Os espaços se alargam, quando eu respeito os limites... para além do grande êxtase que diz tudo ser possível, quando meu Deus chega, se senta junto a mim no batente da porta, pede um café preto e quer ver passar devagar pela rua, no início de uma noite quente, o homem, a mulher, a criança, o louco, o velho e o cachorro. Meu Deus, o que atende ao meu louvor, é apaixonado pelo movimento natural da vida, não precisa de muito esforço pra encontrar a beleza, pra ele tá bom, tá bom... esse velho amigo tem preguiça desses esforços descarados para lhe louvar... para ele quem por ali passa já está em louvor.

Parafraseando o Guimarães Rosa, posso dizer : "Deus come escondido, e o Diabo sai por toda a parte lambendo o prato. E, outra coisa, o Diabo, é às brutas; mas Deus é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro - dá gosto! A força dele, quando quer - moço ! - me dá o medo pavor! Deus vem vindo: ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho - assim é o milagre. E Deus ataca bonito, se divertindo, se economiza."













Quero dizer para tudo em mim, que honro tudo que é vida, e honro tudo que é morte... que eu seja sobretudo amorosa nesse minguar, se chegou a hora de algo morrer, saiba que não vejo a hora de já lhe encontrar vivo em novas roupas. em mim honro tudo. para a funcionalidade da vida é preciso muitas vezes que aspectos se transformem, mas que fique claro que a nada quero mutilar. Em mim Deus não errou, fez foi do jeitinho que queria, a nem um ideal se curvou... então que nada em mim se sinta rejeitado, mesmo quando precisar minguar, saiba que é apenas porque sou como a lua... cíclica, resiliente, observadora, permissiva e as vezes cheia, muita cheia... e as vezes vazia, muito vazia. Em noites sem lua, ei de me balançar entre as leves nuvens, apreciando o cintilar de tantas estrelas.


eu prefiro ser... e assim estou bem.


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