terça-feira, 26 de junho de 2012

As cores de Ícaro...



São João chega, as boas almas sobem. E Foi no dia do Santo, no dia de Xangô menino. Muitas cores. Muito fogo. Muitos sorrisos. Adornam as noites de São João. As bandeirinhas. Bandeirolas. Ele tinha que partir em um dia de festa, isso é fato. Não combinava com ele partir em uma terça-feira cinzenta. Mas em um domingo. Um domingo branco batizado pelo fogo. Apenas as almas corojosas a esse fogo se entregam . Foi tão estranho ver o seu corpo no caixão, vestido de terno e gravata, pálido e gelado, com um sorriso sútil na face. Foi estranho mas não foi ruim, pude comtemplar a beleza de um corpo, mesmo sem vida, um corpo que cumpriu feliz sua missão de ser fiel ao seu dono, ao seu Ícaro. O Ícaro sempre foi mais que o corpo, apesar de seu corpo ser um templo lindo e muy bien habitado, exuberante. Quando vi o corpo que seria agora entregue a terra, pensei, é o ícaro não está mais ali. é incrível como a vida se muda do corpo para outro lugar. Eu queria ter pintado meu rosto. Feito uma festa. Cantado. Feito da sua passagem um festival. Não deu... A tristeza tomou o trono, é impossível não sentir a falta do seu toque, seu sorriso, seu movimento... A saudade de você já é tão, tão grande... mas por outro lado é tão bom saber que és livre... saber que você fez da sua vida, seu tudo... Que você consiga reestabelecer suas forças e seguir sua jornada, "feliz na missão" ... e eu sei que o que você deixa pra mim é o legado da minha própria arte, a qual você sempre honrou, estimulou, apreciou... e também a generosidade de viver as amizades.

Te amo meu caro, ícaro e agora sempre que quiser posso te acarinhar no meu coração...

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