A força de ser flor ...
existe um amparo que só a terra nos dá.
Eu piso meus pés no chão, me curvo em gratidão.
Estudo e fortaleço meu corpo.
Honro o passado e adubo o presente.
Peço a estrela do norte que oriente a minha inteligência.
Abençoo todos esses desafios, cada detalhe que me pede um olhar mais apurado, uma criatividade mais aguçada, uma atitude mais disciplinada. Cada canto da minha vida que me pede um abraço mais caloroso, um sorriso mais largo.
E aonde eu for escuridão, deixo me ser, como quem sabe da perfeição que a natureza sempre cria.
Eu me abençoo como criatura bela, eu me abençoo como sou e como posso ser.
Me permito o erro, bem arquivado como experiência, me permito o erro combinado com a inteligência.
Eu abençoo o fluir do meu sangue, a bem-aventurança do meu corpo.
Deixo pra trás o eu idealizado, tão tão mascarado, se pinto minha face é porque também sou artista nesse palco da vida.
Por tudo que até aqui me foi dado, ecoa meu pulsar de gratidão.
O mais belo dos presentes é a escolha que sempre se levanta com o sol.
Não juro fidelidade a um Mestre.
Muito me inspira quando Jesus entra no templo dos fariseus quebrando tudo, se precisar quebrar, requebrar e romper se o coração mandar eu posso ir.
Não juro fidelidade.
Juro a minha felicidade. No exercício de me ser.
Cuidar de aprender a lidar com cabeça que é ferramenta nesse crescer.
Três vezes por dia é hora de comer, sou fiel a minha fome até aonde posso ser.
Não me exijo corresponder a fantasias, mergulho agora em cada instante, quero a água cristalina e fresca que se encontra cavando mais fundo.
Não confio em tudo que escrevo, não confio em tudo que penso, não confio em tudo que me dizem... na mansidão ativa vou aguardando, feito rosa que se abre, na vida tudo se revela.
Espera minha flor, espera e verá.
Prossigo jardineira de mim... com regador, adubo, e muita paciência.
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