terça-feira, 14 de agosto de 2012

Devoção.

Viver como a nossa alma quer , o nosso sentido, aquela nossa parte que sabe da vida e sabe da morte, exije devoção.
Viver a vida da alma exije devoção.

Queremos renascer sem antes morrer.
Queremos mudar apenas para que o velho pareça outra vez bom, para que sejamos o supra-suma na nossa velha vida, para que correspondamos a velhas vontades.
Queremos que a águia pouse mas não queremos antes preparar o ninho.
Queremos aprender, mas isso não será possível se continuamos negando nossos erros, somente ao admitir que estamos nos machucando podemos fazer diferente. A dor precisa ser reconhecida e ela precisa lhe falar porque está batendo em nossa porta.
E assim somos nós seres magníficos reduzidos a roda de biclicleta, girando... tendo o chão como imã, nos distanciamos até determinado diâmetro para dali em diante fazermos o caminho de volta, até beijarmos novamente o chão. Sobe e desce. E sobe e Desce. e desce...
E vamos falando de nossos planos, falando de nossas mágoas, falando, falando... sem parar, sem refletir que inevitavelmente é preciso dar um STOP! E olhar a cena que nos cerca, e observar ...será que isso, essa situação, questão ou pessoa eu quero aqui? ali? ou acolá?
Sim nós temos esse poder e se nos permitimos conquistaremos também essa autoridade para conosco e nosso universo. Não é questão de controlar, mas de procurar e encontrar em nós por baixo das densas camadas de verdades alheias e coletivas, O QUE FAZ MEU CORAÇÃO BATER?
Me parece que requer intimidade e humildade, entrega dessas que não se fala, não se declara, não se propaga, não se revoluciona e não se vive a dois... vivência solitária, terna solitude, nosso ponto zero, o passo que ninguém vê, a cápsula de diamante na qual somos eternamente sós, límpidos e nada queremos, e tudo somos.
Viver a vida da alma exije de nós toda a nossa delicadeza e toda a nossa força. Nada mais, nada menos.
Eu conheço duas pessoas que eram muito sinceras em seus sentimentos, muito intensas nas suas alegrias e muito intensas em suas tristeza... a escolha de ambos foi partir cedo, morrer aos vinte e pouco anos, nada de constituir família ou se formar na faculdade... por certo decidiram não mais fingir.
Não se pode tirar leite de pedra.

Fingir que já renascemos, fingir que já estamos prontos para fazer do jeito certo, o jeito que faz faz faz faz e não se satisfaz, fingir que as verdades do outro são verdades para mim, fingir que sou belo, enquanto carrego em mim todo o lixo que se recebe a partir do momento em que aqui nessa terra se pisa. Em muitos casos morrer não é solução, acredito que eles tenham tido o merecimento e sinceridade ao escolher partir. Quando chegamos ao ponto de admitir nossa exaustão, ou descobrimos esse tal jeito de escolher morrer, ou escolhemos morrer de um jeito que nos faça renascer mesmo nessa vida e isso significa colocar o lixo pra fora, reunir em sacolas, sacos de lixo, as crenças e equívocos e todo o desamor que recebemos de quem também recebeu... e colocar na calçada, colocar fora de casa, por certo o Universo em sua perfeição tem o Gari Transcendental responsavél por recolhê-lo e despachá-lo... as crenças alimentares, as crenças de Amor, a culpa de Caim por matar Abel, o apego e a insistência em usar no máximo 10 por cento de nossa capacidade... é preciso despachar...  transcender...

A criança ferida precisa ser acolhida e o lixo posto pra fora... assim seremos novamente recém-nascido em nossos próprios braços, seremos nós mesmo a nossa mãe, o nosso pai, a nossa família, seremos nós os nossos próprios filhos, seremos nós o nosso próprio Deus. Seremos enfim vivos. Curaremos o trauma de sair da barriga da mãe e aportar direto e reto no inferno.



Exije DEVOÇÃO.


Notas de apoio: Devoção para consigo mesmo... respeito, afeição, dedicação.

Sheakespeare disse algo assim: " se fores tu verdadeiro consigo mesmo, decorrerá como o dia decorre da noite que serás também verdadeiro para com os outros."


Oração do dia: Abençôo a mim, pois estou a me gestar e ei de me parir. Dou-me Calma e Sabedoria para me amar, naturalmente como deve ser. Faço da compaixão minha caverna de abrigo. Me livro da inútil vontade de querer alcançar a idealização ilusória. O grande mistério fez-me livre e assim aceito ser... O que não é meu está transcendido e entregue. Eu sou o que Eu sou. Não luto. Cultivo a Beleza. Prospero na Harmonia. Transcendo.





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