segunda-feira, 9 de abril de 2012

Que Ele é a minha Luz nesse mundo de ilusão...

Entregues à meditação e à oração, vamos seguindo a nossa jornada. Essa jornada da mente rumo ao coração; que é o mesmo que dizer, uma jornada em direção à Morada Sagrada. O coração é um símbolo, o símbolo da consciência amorosa, que possibilita a experiência da alegria sem causa e da paz.
Há que se ter determinação e firmeza para realizar esta viagem. Porque ela pede que desapeguemos de hábitos que são os pontos de conexão com o sofrimento. Há que se ter um tanto de coragem para dizer em verdade e com verdade: “Chega! Este não sou eu.”.
Eu tenho dito que prakriti exerce domínio através do medo e da dor. Em outras palavras, eu diria que o ‘eu’ sofredor toma conta do aparelho através do medo e da dor. Medo, muitas vezes, da luz. Uma fagulha de medo é o suficiente para abrir a guarda e, assim, o ‘eu’ sofredor pode entrar. Ele se insinua sutilmente, através de uma onda de tristeza, às vezes, uma onda de irritação; às vezes, uma onda de depressão… E, com a mais sutil falta de cuidado, você é tragado por essa onda de energia e se identifica com tais sentimentos. Estando identificado, você se torna um prisioneiro desse “castelo de sombras”.
Se você se observar, verá pensamentos de autocondenação e de autojulgamento. Porque um dos soldados de frente do ‘eu’ sofredor, que normalmente consegue entrar no “castelo dourado”, é o crítico interno. Alguma coisa te faz acreditar que você está errado, e isso é o suficiente para abrir as portas do inferno. Porque, daí vem a culpa e todos os outros soldados que estão a serviço do exército do ‘eu’ sofredor. Todos entram no castelo gritando: “Eu não mereço!” É assim que o véu do esquecimento começa a te envolver.
Eu disse que, durante esse período de aprofundamento do parivartam, quando os canais de ascensão estão sendo abertos e o coeficiente de luz está aumentando, só uma coisa poderia te derrubar: o medo. É importante que você esteja atento para identificar quando ele começa a se aproximar, para que você possa evitar a identificação.
Eu disse também que, abaixo do medo, existem pactos de vingança, que são a raiz dos hábitos que abrem as portas para o sofrimento. Você está sendo convidado a renunciar aos pactos de vingança. Renunciar significa desistir dessa obstinada intenção de se vingar. O orgulho em você pode dizer assim: “Eu vou deixar o outro achar que ele está certo?” Sim, você vai – mesmo que ele esteja errado. (risos) Você tem que interromper a briga – fora e dentro de você. Chega!
A obstinação pode se manifestar trazendo um vazio, um desconforto, uma vontade de repetir o padrão para poder sentir-se preenchido. Ela pode dizer assim: “Talvez seja a sua última oportunidade de repetir esse drama”. Então, você diz: “Chega de dramas. Deixe para quem quer repetir os dramas. Eu estou aqui de coração aberto para você”. Se você ainda não consegue ser verdadeiro ao dizer estas palavras, respire profundamente, olhe nos olhos do outro, e diga: “Você é a minha luz neste mundo de ilusão”.
Vá além das sombras. Afine a sua visão com a luz. Esse é o trabalho que estamos fazendo neste momento: afinando a sua visão com a luz, para que você possa olhar além das sombras e ver a luz no outro e em si mesmo. Eu não estou falando de negação. As sombras são reconhecidas, mas não alimentadas.
Este é o seu desafio neste momento.
Se ficar mais fácil para você, olhe nos olhos do outro e diga: “Eu sou bonito, você é bonita e nada mais importa”. Porque só é possível sustentar a luz, através da doação. O amor tem que estar fluindo. É a única maneira de sustentar o êxtase, o prazer positivamente orientado. Cada um precisa encontrar maneiras de ajudar isso acontecer.
Eu tenho dito que o perdão ilumina a gratidão; a gratidão ilumina o amor; o amor ilumina a liberdade. Ele abre os portais do infinito.
Essas são somente palavras que precisam ser experienciadas. O nosso desafio é transformar o conhecimento em sabedoria. Isso se dá através da experiência. A vida é a grande iniciação. A vida em si é o yoga. Você está tendo a chance de realizar essa experiência.
Iluminar o perdão significa renunciar aos pactos de vingança. Porque, enquanto houver esse impulso de vingança, haverá medo. Se há medo, há orgulho. E se há orgulho, há obstinação.
Muitos ainda não podem, através da vontade consciente, dar esse comando para o ego. Sendo ainda mais criterioso no uso das palavras e dos conceitos: o ego consciente não pode dar esse comando para o ‘eu’ inferior, quando ainda existem muitos sentimentos suprimidos no sistema. Porém, o ego consciente deve estar neste momento, afinado com essa proposta de renúncia.
Você, que é o aspecto objetivo da consciência que escolheu vir até aqui, precisa estar comprometido com a renúncia desses hábitos. Esse comprometimento, neste momento, é o suficiente. Até mesmo para que você possa receber a Graça que te ajuda a completar a cura.
O preço que está lhe sendo cobrado é – nada de piedade com o pequeno ‘eu’. Porque ele vai tentar novamente roubar a sua consciência dizendo: “Aqui quem manda sou eu”.
Rama está se preparando para salvar Sita. Há que se ter vontade, mas não somente um pouquinho de vontade – há que se ter toda a vontade disponível direcionada para esse propósito.
Nestas cerimônias do fogo (todos os dias do Navaratri está sendo realizada uma cerimônia do fogo para a Mãe Gayatri), estamos invocando o Poder Superior para nos ajudar a fortalecer e direcionar a vontade. Mas, quem é a Sita que você está tentando salvar? Ela é a consciência amorosa. Há que se ter vontade para acordar a consciência amorosa, e há que se ter coragem para renunciar aos vícios e maus hábitos que te impedem de chegar nesse propósito.
Nesses próximos três dias, vamos focar na purificação do coração. Vamos ter coragem de abrir mão de ressentimentos e mágoas. Vamos ter coragem de nos libertar desses aspectos do passado que motivam a vingança. Fique atento para não reprimir ou negar os sentimentos. Não é isso que eu estou propondo. Eu estou propondo uma reeducação do ‘eu’ inferior. Eu não estou dizendo para você fugir do confronto com essas situações, mas para você abrir mão dos dramas e das situações que já foram identificadas.
Vamos experimentar fazer diferente. Vamos nos lançar para esta aventura?
Abençoado seja cada um de vocês. Que possamos nos afinar com o prazer positivamente orientado.
Até o nosso próximo encontro.
NAMASTE

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